Da Redação - Mayara Campos, do Olhar Direto
Moradores do bairro Paiaguás, em Várzea Grande, protestaram contra a crise hídrica que atinge o município há dias, chegando a um mês em alguns bairros, na noite de segunda-feira (10). A manifestação bloqueou a avenida Filinto Muller, com fogo em pneus, colchões e madeiras, para chamar a atenção da prefeita Flávia Moretti (PL). Na última semana, mais de 100 bairros ficaram sem abastecimento d"água.
"Fecharam a avenida. O pessoal quer água, a população quer água. Trinta dias sem água no Paiaguás", disse um manifestante em vídeo publicado nas redes sociais.
A crise hídrica é motivada por diversos problemas na rede de abastecimento, como falhas em bombas de captação, cabos furtados e outros danos. Duas Estações de Tratamento de Água (ETAs) estavam paralisadas, a ETA I (ETA Velha) e ETA IV (ETA Barra do Pari/Chapéu do Sol).
De acordo com o Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), a ETA I voltou a funcionar na noite de segunda-feira, e o abastecimento está sendo restabelecido de forma gradual. Foram cinco dias de paralisação devido a problemas na bomba de captação do Rio Cuiabá, que continua em manutenção. Só essa estação atende a 115 bairros, quase 30% de toda o município.
A interrupção teve início com a manutenção da adutora na Rua Maracanã, no Centro Norte, mas uma série de falhas mecânicas, sucateamento e furtos agravaram a situação. Durante o período, a ETA Cristo Rei também apresentou problemas, obrigando o DAE a redistribuir água da ETA II para regiões críticas, incluindo o Pronto-Socorro Municipal. Caminhões-pipa foram utilizados para atender hospitais e escolas.
Com a retomada da ETA I, a distribuição de água será feita de forma gradual para evitar danos à rede, que ficou seca por dias. Os primeiros bairros a serem abastecidos incluem o Centro, Nova Várzea Grande e Costa Verde, seguidos por outras localidades ao longo do dia.