Primeiro ano de mandato do deputado federal Abílio Brunini (PL) na Câmara de Deputados foi marcado por tumulto e polĂȘmicas em Brasília (DF). Ao longo de 2023, o ex-vereador ganhou as manchetes de sites locais e nacionais, especialmente por atrapalhar os depoimentos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro contra os TrĂȘs Poderes.
O parlamentar manteve a postura turbulenta que adotava quando exercia o cargo de vereador por CuiabĂĄ, para agradar ou apenas gerar "entretenimento" aos seguidores nas redes sociais. Por conta disso, recebeu o apelido de "bobo do Congresso".
Abílio fez questão de "causar" antes mesmo de tomar posse do cargo. Nos primeiros dias do ano, ele gravou um vídeo no Congresso, minimizando os atos de vandalismo ocorridos durante a invasão de bolsonaristas ao PalĂĄcio do Planalto, Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, o ex-vereador discutiu com uma mulher que contestou suas declarações.
O parlamentar também foi alvo de uma Comissão Processante apresentada pelo PSOL por suposta "transfobia" e "violĂȘncia de gĂȘnero" contra a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), durante sessão da CPMI do 8 de janeiro. O procedimento, no entanto, foi arquivado.
O comportamento turbulento também rendeu críticas de políticos experientes de Mato Grosso e do país. Apesar da repercussão negativa, o congressista recebeu o apoio do presidente do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, que afirmou firmou que Abílio "cumpre com seu papel" parlamentar.
O listou algumas das confusões protagonizadas pelo parlamentar. Confira abaixo:
Janeiro
Em janeiro, menos de uma semana após a invasão e depredação do PalĂĄcio do Planalto, Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal eleito Abilio Brunini (PL) gravou um vídeo minimizando os atos de vandalismo e afirmando que não houve invasão nada foi danificado.
Maio
Em maio, Abílio tumultuou a CPMI de 8 janeiro. O parlamentar, que não foi membro da Comissão, chegou ao plenĂĄrio sem paletó, ou seja, sem o traje adequado conforme o regimento interno do Congresso Nacional. Na ocasião, ele fez questão de fazer apontamentos ao lado das mesas dos parlamentares que atuavam nas oitivas.
Junho
Em junho, durante debate sobre o piso salarial dos agentes comunitĂĄrios, Abílio criticou a presença do mascote da Programa Nacional de Imunizações do Brasil na Parada do Orgulho LGBT+, em São Paulo. No entanto, o parlamentar foi reprimido pelo deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), que lembrou que o ícone da imunização foi esquecido pelo "governo negacionista" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Agosto
Em agosto, o parlamentar disse que continuaria "atrapalhando", mesmo sendo criticado pela imprensa e pela bancada aliada. Na ocasião, ele justificou que "esta seria sua missão na Câmara dos Deputados".
Setembro
Em setembro, Abílio foi expulso da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) de 8 de janeiro, pelo presidente, o deputado Arthur Maia. A situação ocorreu após o deputado interromper vĂĄrias vezes o discurso da deputada Duda Salabert (PDT). Com a resistĂȘncia de Abílio em sair, Arthur Maia precisou suspender a sessão.
Outubro
Em outubro, o ex-vereador virou assunto nas redes sociais após afirmar que a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) tĂȘm "paixão" e "desejo" pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em vídeo da sessão, Abilio afirma que as colegas de parlamento querem "aumentar" a chance de falar do ex-presidente.
Novembro
Em novembro, Abílio saiu escoltado pela Polícia Legislativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (8), após interromper a sessão que discutia a guerra entre Israel e Palestina. Em vídeo nas redes sociais, a deputada federal, Erika Hilton (Psol-SP), chegou a pedir para Abílio ter decĂȘncia.
Fonte: GAZETA DIGITAL