O Ministério Público de Mato Grosso deu parecer favorável para que o ex-vereador por Cuiabá, Marcos Paccola, seja remetido a julgamento em júri popular, pelo homicídio qualificado por conta da morte do agente sócio educativo Alexandre Miyagawa. O memorial final é assinado pelo promotor de Justiça Samuel Frungilo e foi protocolado no domingo (12).
O crime aconteceu no dia 1º de julho de 2022, nas proximidades do Restaurante Choppão, em Cuiabá. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o carro, que era dirigido pela namorada de Miyagawa, para no meio da rua e a porta do carona é aberta. Logo depois, o veículo retorna e a motorista caminha em direção à loja de conveniência, discutindo com as pessoas ao redor.
Na sequência, o agente penitenciário se aproxima da namorada, mas ela se esquiva em dois momentos. Minutos depois, a vítima segura um objeto na mão direita e as pessoas se afastam. O casal sai da mesa e caminha em direção ao carro. Paccola aparece na esquina e atira.
O vereador alegou, na época, crer que Myiagawa estava armado e ameaçava atirar na mulher. De acordo com o depoimento à Polícia Civil, Paccola alegou ter ouvido alguém dizer para o agente socio educativo sacar a arma em via pública.
De acordo com o promotor de Justiça, Samnuel Frungilo, Paccola agiu de maneira "espetaculosa" e com o propósito de aparecer como "herói" na sociedade cuiabana.
"Importante destacar e rememorar que o ora denunciado, ao visualizar que uma situação anômala ocorria, determinou que seu assessor parlamentar/motorista deixasse seu veículo atravessado na faixa da Avenida Filinto Muller, praticamente interrompendo o fluxo total da referida via, com o claro propósito de que sua presença e ação pudesse ser notada por um maior número de pessoas, momento em que se dirigiu ao local em que a vítima se encontrava, colocando-se na posição de autoridade que ali estava para 'colocar ordem na situação', o que acabou por descambar para uma desnecessária execução da vítima (...) Outro fato que revela a intenção do agente de promover um engajamento e se alçar ao posto de herói, foi a rapidez com que ele tomou a decisão de executar a vítima, levando a conclusão que ao descer do veículo o agente já estava inclinado a agir da forma que melhor lhe colocasse em evidência, e não a que fosse mais adequada ao caso concreto", afirma.