Divulgação
A previsão é que, a partir de 2026, sejam ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme demanda e capacidade produtiva.
"A gente espera, em dois anos, poder vacinar toda a população elegĂvel [de 2 a 59 anos]", disse a ministra, durante cerimônia no PalĂĄcio do Planalto.
"Por enquanto, os idosos ainda não poderão tomar a vacina porque, quando as vacinas são testadas, hĂĄ sempre um cuidado com a população idosa", explicou NĂsia, ao se referir às fases de testes clĂnicos de imunizantes.
A AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) ainda avalia o pedido de registro do imunizante, feito pelo Instituto Butantan em dezembro de 2024. HĂĄ cerca de duas semanas, a agĂȘncia solicitou mais informações e dados complementares sobre a vacina e informou que foi concluĂda, de forma antecipada, a anĂĄlise de dados de qualidade, segurança e eficĂĄcia apresentados.
Segundo o governo federal, a partir de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, a produção em larga escala da vacina 100% nacional e de dose Ășnica contra a dengue se darĂĄ por meio do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local do Ministério da SaĂșde, jĂĄ aprovado e em fase final de desenvolvimento tecnológico.
Sob a coordenação do ministério, por meio do Complexo Econômico-Industrial da SaĂșde, o projeto contou, ainda, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento da pesquisa clĂnica.
"O Ministério da SaĂșde entrarĂĄ com o poder de compra", destacou a ministra, ao citar a visita de uma equipe da pasta à China para "assumir o compromisso que, de fato, haverĂĄ essa compra pelo governo federal".
"Com isso, teremos a possibilidade de vacinar a população brasileira dentro da faixa que for recomendada pela Anvisa para a dengue, um fato Ășnico no mundo até agora", acrescentou.
O investimento, segundo Nisia, é de R$ 1,26 bilhão. Também estão previstos R$ 68 milhões em estudos clĂnicos para ampliar a faixa etĂĄria a ser imunizada e incluir idosos, além de avaliar a coadministração da dose contra a dengue com a vacina contra o Chikungunya, também desenvolvida pelo Instituto Butantan.
Ainda de acordo com o governo federal, a vacina segue como prioridade no enfrentamento à dengue no paĂs. Entretanto, até que a vacinação em massa aconteça, a orientação é manter o reforço de ações de prevenção, vigilância e preparação da rede de assistĂȘncia, visando evitar mortes.
Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses indicam que, em 2025, o Brasil registra 401.408 casos provĂĄveis de dengue e 160 óbitos confirmados pela doença, além de 387 em investigação. O coeficiente de incidĂȘncia, neste momento, é de 188,8 casos para cada 100 mil habitantes.
O governo federal também anunciou, em BrasĂlia, a fabricação nacional da insulina Glargina como parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), do Ministério da SaĂșde. O projeto envolve a produção nacional do insumo farmacĂȘutico ativo (IFA) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a ampliação da fabricação do produto final pela Biomm, empresa que recebeu o registro para a produção de insulina Glargina.
"A produção do IFA serĂĄ realizada na planta da Fiocruz em Eusébio, no CearĂĄ, fortalecendo o Complexo Econômico-Industrial da SaĂșde (CEIS) e incentivando o desenvolvimento regional. Esta serĂĄ a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina, assegurando ao Brasil uma cadeia produtiva completa para o abastecimento do SUS", destacou o Ministério da SaĂșde, em nota.
A previsão é que a produção de insulina da Biomm possa atingir 70 milhões de unidades anuais ao final do projeto. O primeiro fornecimento dessa parceria ao SUS estĂĄ previsto para o segundo semestre de 2025.
Outro anĂșncio trata de uma parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer que vai permitir a produção de até 8 milhões de doses anuais da vacina contra o VĂrus Sincicial Respiratório (VSR) no Brasil, atendendo à demanda atual do SUS e possibilitando a ampliação do pĂșblico-alvo, incluindo a população idosa. O investimento total é de R$ 1,26 bilhão entre 2023 a 2027.
O ministério estima que, por meio da imunização, serão evitadas 28 mil internações anuais causadas por complicações do VSR. O primeiro fornecimento da vacina para o SUS estĂĄ previsto para o segundo semestre de 2025. A estratégia adotada pelo ministério inclui ainda a negociação de preços com os produtores, a incorporação de anticorpos contra o vĂrus para bebĂȘs prematuros e a oferta da vacina para gestantes.
O governo federal informou que as parcerias firmadas também vão garantir inovação e acesso à vacina Influenza H5N8, "colocando o Brasil na vanguarda global para apresentar uma resposta rĂĄpida e eficaz a futuras emergĂȘncias".
Fica garantida a composição de estoque estratégico, fortalecendo a preparação e a aceleração da capacidade de produção e inovação do paĂs, permitindo ajustes rĂĄpidos na formulação da vacina conforme a evolução do patógeno; e a capacidade produtiva disponĂvel para a produção e fornecimento de mais de 30 milhões de doses/ano.
Em discurso no evento, o vice-presidente da RepĂșblica e ministro do Desenvolvimento, IndĂșstria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou as iniciativas e investimentos do governo federal no setor industrial da saĂșde. As ações anunciadas estão alinhadas à estratégia da Nova IndĂșstria Brasil (NIB), que é a polĂtica de governo para atração de investimentos para o desenvolvimento da indĂșstria nacional.
Segundo Alckmin, o setor da saĂșde foi o que mais tirou recurso para inovação. "O presidente Lula fez a depreciação acelerada para renovar parque industrial, trocar mĂĄquinas e equipamentos. O presidente Lula fez TR [taxa referencial] para pesquisa, desenvolvimento e inovação, é juro real zero; R$ 80 bilhões do BNDES, Finep, Embrapii e ainda recursos, às vezes, não reembolsĂĄveis, dependendo do tipo de pesquisa", destacou o vice-presidente.
Fonte: AgĂȘncia Brasil