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Da Redação - Gustavo Castro
O delegado João Antônio Batista Ribeiro Torres, da Delegacia de Lucas do Rio Verde (360 km de Cuiabá), foi preso na tarde de terça-feira (11). Ele ainda foi alvo de mandado de busca e apreensão domiciliar. Ele é investigado por denúncias de recebimento de propina, assédio sexual e corrupção passiva.
Conforme apurado pela reportagem, as medidas cautelares foram solicitadas pela Corregedoria-Geral, aceitas pelo Ministério Público e decretadas pelo juízo da Comarca de Lucas do Rio Verde. As investigações para apurar as denúncias contra o delegado seguem em andamento.
João foi detido na rodoviária de Cuiabá, no momento em que chegou de uma viagem de Minas Gerais.
Em nota, a Polícia Civil de Mato Grosso informou que não comentará os procedimentos internos até a conclusão do caso, mas reafirmou seu compromisso com a investigação, independentemente dos envolvidos.
O Olhar Direto tenta contato com o advogado do delegado, mas sem sucesso.
Afastamento e denúncias
As acusações contra João Antônio começaram a ser apuradas em outubro de 2024, quando um relatório técnico revelou indícios de corrupção envolvendo o delegado. Entre as acusações, ele teria solicitado R$ 30 mil a um empresário para evitar a instauração de um inquérito após um acidente de trânsito e recebido R$ 40 mil de um advogado para arquivar uma investigação sobre falsidade ideológica em documentos de propriedade rural.
Diante das evidências, a Corregedoria-Geral solicitou seu afastamento em 29 de janeiro de 2025, alegando que sua permanência na delegacia poderia interferir no andamento das investigações. Além dos casos de propina, João Antônio também é suspeito de utilizar uma empresa de grãos, da qual seria sócio, para movimentar recursos ilícitos.
Outro ponto investigado é a suspeita de que o delegado teria transferido para si próprio um inquérito que estava sob responsabilidade de outra delegada, com o objetivo de favorecer interesses de terceiros.
Acusações de assédio sexual
Além das suspeitas de corrupção, João Antônio é acusado de assediar sexualmente uma servidora da delegacia. Segundo as investigações, a vítima teria sido exonerada do cargo após a denúncia, sem que houvesse prosseguimento no caso. O afastamento da servidora teria ocorrido devido à proximidade entre o delegado denunciado e a delegada titular da unidade, o que impediu a continuidade da apuração na época.
Fonte: Olhar Direto