Mauro: Governo Lula cria factoide e quer culpar polícia pela violência

O governador discordou das diretrizes que busca disciplinar o uso da força por agentes policiais

Por Notícia de Valor em 29/12/2024 às 12:16:33

Mayke Toscano

VANESSA MORENO
DO REPÓRTER MT



O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), criticou o decreto do Governo Federal sobre o uso da força policial. Durante participação ao vivo no programa Jovem Pan News, neste sĂĄbado (28), ele defendeu a autonomia dos estados na gestão da segurança pĂșblica e classificou as propostas de desarme dos policiais e de câmeras nas fardas como medidas equivocadas e factoide que desvia o foco do real combate à violĂȘncia.

"O que me deixa um pouco preocupado é que, diante de um problema grandioso como esse, das facções crescendo e da violĂȘncia aumentando no Brasil inteiro, trava-se um grande debate como se uma grande solução para enfrentar o problema da violĂȘncia no paĂ­s fosse colocar câmeras na farda dos policiais, transformando-os nos grandes causadores da violĂȘncia no Brasil. Para mim, isso é um absurdo. É uma mudança completa de contexto e de foco. A violĂȘncia hoje praticada no Brasil resultou, nos Ășltimos anos, em mais de 40 mil assassinatos. Somos o paĂ­s que mais mata em nĂșmeros absolutos no mundo. Isso tem que ser combatido com leis duras, inteligĂȘncia e estratégia, e não com a criação desse factoide", declarou Mauro.

O decreto do Governo Lula estabelece diretrizes para disciplinar o uso da força por agentes policiais, incluindo normas para abordagens, uso de armas de fogo e operações de busca. Segundo o governador, essas mudanças tentam transferir a responsabilidade pela crescente violĂȘncia no paĂ­s para os policiais.

Mendes reforçou a necessidade de medidas mais severas contra o crime e discordou da centralização de decisões de segurança pĂșblica pelo governo federal. Ele defendeu que os estados mantenham autonomia para definir suas estratégias e polĂ­ticas e mostrou sua insatisfação quanto ao debate sobre segurança com foco na PolĂ­cia Militar.

"EstĂĄ tudo errado, na minha opinião. Eu não concordo com esse decreto. Respeito, o atual presidente, porque devemos respeitar as autoridades, mas eu discordo completamente dessa estratégia de querer fazer esse grande debate em cima da PolĂ­cia Militar, como se eles fossem os causadores dos altos Ă­ndices de violĂȘncia", disse o governador.

Questionado se acha um erro o Governo Federal condicionar a liberação de recursos para os estados ao fato de ter que seguir as regras de segurança propostas, Mauro Mendes disse que prefere não receber o repasse do que seguir uma regra na qual não acredita.

"O dinheiro da União é muito pouco diante daquilo que todos os estados brasileiros, inclusive o meu, investem. Não conheço os nĂșmeros exatos, mas tenho certeza de que os custos com Segurança PĂșblica, PolĂ­cia Militar, PolĂ­cia Civil e PolĂ­cia Penal, que bancamos com os recursos do Estado, são muito, mas muito maiores do que esse dinheiro que eventualmente deixaria de vir para o meu estado. JĂĄ adianto: prefiro deixar de receber esse recurso do que ter que seguir uma regra que, na minha opinião, não vai ajudar na estratégia de melhorar o ambiente de segurança para o cidadão e para a sociedade", afirmou.

O governador finalizou a entrevista dizendo que Mato Grosso não tem mais dependĂȘncia do dinheiro de BrasĂ­lia e criticando a espécie de "barganha" que o governo Lula propõe, dizendo que só quem seguir as regras irĂĄ receber recursos e aproveitou para criticar a gastança do Governo Federal.

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