Yuri Ramires e Pablo Rodrigo
Agentes da Polícia federal apreenderam dinheiro, canetas e relógios de luxo durante o cumprimento dos mandados de busca da Operação Bilanz, que apura o rombo de R$ 400 milhões na Unimed Cuiabá. O ex-presidente da cooperativa, Rubens de Oliveira Júnior, é um dos presos.
Na imagem divulgada pela PF, é possível ver 4 montes em notas de R$ 100 e R$ 50. Ao lado, são 5 montes com dólares. O valor total do dinheiro apreendido não foi divulgado, bem como de que alvo era a casa.
Além do dinheiro, a polícia encontrou relógios de luxo e 10 canetas, algumas da marca Montblanc. Documentos também foram apreendidos na casa.
Conforme apurou o GD, o médico Rubens Oliveira foi preso em Minas Gerais. Além dele, também foram alvos o ex-CEO da Unimed Cuiabá, Eroaldo Oliveira, e Ana Paula Perizotto, que era superintendente administrativo-financeira da instituição na época dos fatos.
Outras 3 pessoas também são alvos, mas as identidades não foram confirmadas. Investigação identificou práticas ilícitas da gestão financeira e administrativa da entidade. Uma delas, foi observada nos documentos contábeis apresentados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Os investigados ocultaram um déficit de cerca de R$ 400 milhões no balanço patrimonial da entidade em 2022. Agora, a PF e o MPF apuram crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O MPF requereu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, além do sequestro de bens dos investigados.
Os 6 alvos de prisão são todos ex-administradores e prepostos da entidade, mas os nomes não foram confirmados. "As autoridades manterão o público informado sobre os desdobramentos da operação, respeitando os limites legais de divulgação", diz o MPF.
Esquema na mira
A Unimed Cuiabá – que é a operadora de saúde suplementar de maior abrangência do Estado, com 220 mil usuários, possuindo 60% de market share e tendo 1.381 médicos cooperados – descobriu um prejuízo contábil de R$ 400 milhões.
Em março de 2023, após uma disputa eleitoral histórica na qual os cooperados elegeram o médico urologista Carlos Bouret para presidir a Unimed Cuiabá, deu-se início à descoberta de uma série de anormalidades que estavam sendo cometidas pela gestão anterior, que tinha como presidente o médico Rubens de Oliveira.
Além de Rubens, a ex-gestão era composta pelo ex-CEO, Eroaldo Oliveira, e o ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte.
Em 27 de junho, os cooperados reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) tiveram conhecimento dos resultados apresentados pela auditoria, PP&C Auditores Independentes, quanto ao balanço revisado. Conforme relatório, existia uma perda de aproximadamente R$ 400 milhões no balanço fiscal de 2022, contrapondo os R$ 371,8 mil positivos que haviam sido apresentados pela gestão anterior.
As irregularidades apontadas pela auditoria contratada evidenciaram uma administração incorreta, que comprometeu a saúde financeira da Unimed Cuiabá. Dentre pontos críticos estavam a construção de dois empreendimentos - a sede do hospital próprio e um espaço de cuidados terapêuticos - que custaram R$ 95 milhões e não foram entregues em sua totalidade. (Com informações da assessoria de imprensa)
Fonte: Gazeta Digital