Vinicius Mendes
A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, decretou o sigilo na ação que trata sobre o homicídio do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023. O pedido foi feito pela defesa dos réus, que se comprometeu a trazer aos autos alguns trechos dos dados obtidos na perícia do celular da vítima.
Em decisão proferida na quinta-feira (24), a magistrada analisou alguns pedidos dos réus. Um deles foi mais um requerimento de prorrogação do prazo para apresentação das alegações finais, argumentando que há um grande volume de arquivos e elementos extraídos dos aparelhos de celular apreendidos. A juíza, no entanto, negou este pedido.
"Esta Magistrada já analisou pleito similar na data de 17 de outubro de 2024, ou seja, há sete (07) dias, (...) inclusive, postulado pelos mesmos réus por meio dos respectivos causídicos, todavia, mesmo diante de tal cenário, a Defesa insiste em postular por pleito já exaustivamente analisado por esta Magistrada, quando, na verdade, deveria apresentar as alegações finais", disse.
Também foram analisados os pedidos de Hedilerson Fialho Martins Barbosa, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas e Antonio Gomes da Silva para que fosse decretado o segredo de Justiça no processo, alegando que seria necessário para garantir a privacidade da vítima.
A magistrada considerou que, como serão apresentados dados retirados do celular de Zampieri, de fato é necessário o sigilo do processo. Ela citou a decisão do desembargador Juvenal Pereira da Silva, sobre a necessidade de resguardar a vítima.
"Quanto ao segredo processual externo, consignou que tal medida era "(...) necessário como meio de resguardar a intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido (...)" e, havendo agora os defensores mencionado, expressamente, que irão trazer para os autos trechos do conteúdo dos celulares apreendidos, dentre eles o da vítima, realmente há necessidade de, agora em diante, determinar o Segredo de Justiça", citou a juíza ao decretar o sigilo do processo.
O caso
Roberto Zampieri tinha 56 anos e foi assassinado na noite do dia 05 de dezembro de 2023, na frente de seu escritório localizado no bairro Bosque da Saúde, na capital. A vítima estava em uma picape Fiat Toro quando foi atingida pelo executor com diversos disparos de arma de fogo. O executor foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).
O mandado de prisão de Antônio Gomes da Silva foi cumprido pela Delegacia de Homicídios da capital mineira em apoio à Polícia Civil de Mato Grosso, que investiga o crime ocorrido contra o advogado.
No dia 22, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, membro do Exército e instrutor de tiro, foi apontado como intermediário do crime, sendo responsável por contratar o executor e entregar a arma de fogo.
Coronel do Exército, Etevaldo Luiz Cacadini de Vargas, foi preso no dia manhã de janeiro, em Belo Horizonte (MG), acusado de ser o financiador do crime. O suposto mandante, Aníbal Manoel Laurindo, está solto.
Fonte: Gazeta Digital