Investigações realizadas durante a Operação Pubblicare constataram que o vereador Paulo Henrique (MDB), preso nesta sexta-feira (20), cooptava agentes públicos para fazer parte do esquema que beneficiava o Comando Vermelho e que ele possuia uma relação próxima com líderes do grupo criminoso. Esta é a segunda vez que o parlamentar é alvo de operação por ligação com a facção.
Em vídeo, o delegado Antônio Flávio Rocha Freire, supervisor da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT), da Polícia Federal, deu detalhes de como funcionava a relação entre o vereador e a facção criminosa. O parlamentar fazia reuniões presenciais com líderes do crime organizado.
"O grupo de servidores era capitaneado pelo agente público que possui um cargo eletivo aqui no município de Cuiabá. Durante as investigações, percebeu-se que esse agente público possuía uma relação muito próxima com integrantes da facção criminosa investigada na Operação Ragnatela".
Na operação, foi identificado que um núcleo de servidores públicos beneficiava integrantes da facção criminosa através de flexibilização das fiscalizações, principalmente sobre o som alto em casas noturnas.
"Em contrapartida, esses integrantes da facção criminosa concediam benefícios financeiros de forma direta e indireta a esses servidores públicos. Foram identificados reuniões presenciais entre esse agente público e integrantes da facção criminosa, inclusive liderança dessa facção, além de ligações em grupo entre o vereador e integrantes e liderança", narrou o policial.
Nas investigações, foi constatado que essa liderança foi presa pela Polícia Federal, ainda dentro do avião, na cidade do Rio de Janeiro, quando desembarcava no aeroporto Santos Dumont.
"Esse grupo de servidores tinha como estratégia receber esses benefícios financeiros indevidos por intermediários, que tinham a ciência que estavam recebendo dinheiros ilícitos, motivo pelo qual também foi objeto de medida cautelar no hoje", explicou.
A operação Pubblicare decorre do desmembramento da operação Ragnatela, deflagrada em junho, quando a FICCO/MT desarticulou um grupo criminoso que teria adquirido uma casa noturna em Cuiabá pelo valor de R$ 800 mil. A compra foi paga em espécie, com o lucro de atividades ilícitas.
Fonte: Gazeta Digital MT