Não é só gotinha: entenda como funciona a vacinação contra a pólio

Símbolo da vacinação no Brasil, o personagem Zé Gotinha surgiu pela primeira vez no fim da década de 80, encabeçando a luta pela erradicação da poliomielite nas Américas.

Por Notícia de Valor em 15/06/2024 às 11:20:32

SĂ­mbolo da vacinação no Brasil, o personagem Zé Gotinha surgiu pela primeira vez no fim da década de 80, encabeçando a luta pela erradicação da poliomielite nas Américas. Na época, a doença, provocada pelo poliovĂ­rus selvagem, só podia ser prevenida por meio de duas gotinhas aplicadas na boca das crianças. O esquema de vacinação atual, entretanto, vai além da vacina oral e utiliza ainda doses injetĂĄveis para combater a chamada paralisia infantil.

De acordo com esquema divulgado pelo Ministério da SaĂșde, as trĂȘs primeiras doses contra a pólio são injetĂĄveis e devem ser aplicadas aos 2 meses, aos 4 meses e aos 6 meses de vida, conforme previsto no CalendĂĄrio Nacional de Vacinação. Em seguida, devem ser administradas mais duas doses, conhecidas como doses de reforço, essas sim, orais: uma aos 15 meses de vida e a Ășltima, aos 4 anos.

Por esse motivo, a orientação da pasta é que, anualmente, todas as crianças menores de 5 anos sejam levadas aos postos de saĂșde durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite para checagem da caderneta e atualização das doses, caso haja necessidade. Mesmo as crianças que estão com o esquema vacinal em dia, mas na faixa etĂĄria definida pela pasta, devem receber as gotinhas ou doses de reforço.

Campanha

Este ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite começou no Ășltimo dia 27 e termina nesta sexta-feira (14). Estados e municĂ­pios, entretanto, podem prorrogar a campanha em casos de baixa adesão. A meta do Ministério da SaĂșde, conforme recomendado pela Organização Mundial da SaĂșde (OMS), é imunizar pelo menos 95% do pĂșblico-alvo – cerca de 13 milhões de crianças menores de 5 anos.

Gotinha com dias contados

A partir de 2024, o Brasil passa a substituir gradativamente a vacina oral contra a pólio pela dose injetĂĄvel, versão inativada do imunizante. Com a mudança, a vacina injetĂĄvel, jĂĄ utilizada nas trĂȘs primeiras doses do esquema vacinal contra a pólio, serĂĄ disponibilizada também como dose de reforço aos 15 meses. JĂĄ a segunda dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, deixarĂĄ de existir.

A substituição foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou novas evidĂȘncias cientĂ­ficas para proteção contra a doença. Em nota, o ministério reforçou que a atualização não representa o fim imediato das gotinhas, mas um avanço tecnológico para maior eficĂĄcia do esquema vacinal. A dose oral deve ser extinta após perĂ­odo de transição.

"O Zé Gotinha, sĂ­mbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, também vai continuar na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsĂĄveis em todo Brasil, participando das ações de imunização e campanhas do governo federal", destacou a pasta.

Casos

Dados do ministério indicam que, desde 1989, não hĂĄ notificação de casos de pólio no Brasil. As coberturas vacinais contra a doença, entretanto, sofreram quedas sucessivas ao longo dos Ășltimos anos. Em 2022, por exemplo, a cobertura ficou em 77,19%, longe da meta de 95%.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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